segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

carta



Eu sou de ferro
E espero não ter trilhas  prontas 
para aprender a caminhar
Eu sou de aço
Mas me refaço toda vez 
que é necessário desacreditar
Eu sou de pão, 
me coma, 
me aqueça
E não esqueça 
de me merecer
Eu sou de pano, 
me embale,
me deite, 
me deixe ser
E no final de todas as contas, 
de todas as coisas 
eu serei mais você
Sou marinheiro 
gosto de mundo
gosto de música
e quem me navega é o mar
Sou cigana
me deixe solta
mas não me perca do olhar
me dê seu norte
pois sou mais forte
se tiver com quem dançar
me dê sua farda
não preciso de espada
mas preciso lutar
me dê seu corpo
me dê seu espaço
eu bem sei onde quero ficar
Não compreendo todas as quedas
mas sei levantar
Me dê sua mão, meu amor
abra espaço no seu coração
deixa o vento entrar pela janela
e vá arrumando sua vida
porque eu tô chegando nela.









2 comentários:

Marlon Eduardo Faria disse...

uai! Quedê Relicário?
Belo texto, linda!

Eliza Morenno disse...

Relicário vai virar livro rsrsrs