Despenteada pelas promessas que o caminho fez, calculando o
livre espaço entre acreditar e começar vou deixar que a Vida
seja nome próprio.
Estava mesmo um pouco aguada pensei em derreter todas as
cartas, mas evitei o desperdício de energia ao perceber que dar nova forma é
renovar, e renovar é querer. Eu não quero. As deixo como estão
sem saber nada sobre quem pretendo ser daqui pra frente.
Escolhi o teu corpo como impulso pro meu salto -não me queira mal- ainda não
sei bem o que fazer com aquilo que é meu e, no entanto não possuo. Estou
me desapegando das escolhas porque por um motivo inventado no
meio tempo entre um ônibus que passava rápido e uma pessoa que travessava sem
vê-lo, descobri que as coisas são como são e só podemos nos reunir para desejar.
O resto quem faz é o destino e o resto é uma vida inteira. Percebi também que
você nunca construiu castelos porque passava muitos dias calculando o chegar
das tempestades. sem castelos de areia ou de pedra te
restou pensar que é o senhor do tempo, mas chover é causa
para a floração das sementes e os castelos ainda estão te esperando é preciso
andar como andam as nuvens, os pássaros e as águas,
flutuando sem pretensão.
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