segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fluxo 3



Despenteada pelas promessas que o caminho fez, calculando o livre espaço entre acreditar e começar vou deixar que a Vida seja nome próprio.
Estava mesmo um pouco aguada pensei em derreter todas as cartas, mas evitei o desperdício de energia ao perceber que dar nova forma é renovar, e renovar é querer. Eu não quero. As deixo como estão sem saber nada sobre quem pretendo ser daqui pra frente. Escolhi o teu corpo como impulso pro meu salto -não me queira mal- ainda não sei bem o que fazer com aquilo que é meu e, no entanto não possuo. Estou me desapegando das escolhas porque por um motivo inventado no meio tempo entre um ônibus que passava rápido e uma pessoa que travessava sem vê-lo, descobri que as coisas são como são e só podemos nos reunir para desejar. O resto quem faz é o destino e o resto é uma vida inteira. Percebi também que você nunca construiu castelos porque passava muitos dias calculando o chegar das tempestades. sem castelos de areia ou de pedra te restou pensar que é o senhor do tempo, mas chover é causa para a floração das sementes e os castelos ainda estão te esperando é preciso andar como andam as nuvens, os pássaros e as águas, flutuando sem pretensão. 

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